O curso “Produção de Cogumelos Comestíveis“, ofertado com sucesso há mais de duas décadas como atividade de extensão pelo Departamento de Microbiologia da UFV, foi uma das atividades de destaque do X Congresso Brasileiro de Micologia, realizado em Belo Horizonte na semana passada. A professora Marliane de Cássia Soares da Silva, do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola, foi a responsável por levar o curso ao evento, acompanhada do produtor rural Gilmar Silva de Medeiros, da Semear Treinamentos.
Cerca de 30 congressistas participaram do curso, que teve um dia de duração. Na primeira parte, Marliane e Gilmar apresentaram uma visão geral sobre os principais cogumelos comestíveis produzidos e comercializados no Brasil, especialmente Lentinula edodes (Shiitake) e os Pleurotus, focando em sua importância econômica, ambiental, para alimentação e saúde. Na segunda metade do curso, o foco foi na prática, com a demonstração de técnicas e a criação de uma pequena produção de cogumelos.
“Eu tinha uma expectativa alta para esse curso, vi o programa e achei legal, mas simplesmente superou todas as minhas expectativas. Os professores foram muito solícitos, passaram muita informação e realmente deixaram tudo muito esclarecido”, conta Daniel Sabbagh, graduando de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). “E, depois de toda a teoria, ainda tivemos a aula prática onde conseguimos plantar e já levar pra casa nosso saco de cultivo. Inocular toras de eucalipto com Shiitake era algo que eu realmente nunca pensei que fosse fazer, foi uma experiência incrível!”
Essa é a primeira vez que o curso é dado em parceria com um produtor rural. “Eu assisti a uma palestra do Gilmar e o convidei pra dar o curso comigo. Eu acho importante ter uma visão não só de um pesquisador, mas também de um produtor, porque escalonar uma produção de cogumelos é um desafio grande”, explica Marliane, destacando o perfil diverso dos participantes do curso. “Temos estudantes de micologia, mas temos também gente que quer investir em larga escala. Achei que seria interessante essa interação, e deu muito certo”.
“Optamos por técnicas simples, para mostrar que é possível. O produtor nem sempre pode montar um laboratório em casa, então a parte prática foi pensada para mostrar que é possível começar do zero, de forma simples, e ganhar dinheiro com isso”, acrescenta Gilmar.
“Eu adorei. Eu já tinha trabalhado de alguma forma com a produção de Pleurotus, não era meu primeiro contato, mas ainda assim foi interessantíssimo”, diz o pesquisador Aníbal Alves de Carvalho Júnior, do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. “A inoculação no eucalípto eu nunca tinha visto, e foi uma experiência muito boa. Talvez eu até comece uma produção de cogumelos!”
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