O doutorando Gustavo Andrés Iglesias Barrera foi o único representante de Minas Gerais no workshop “The role of Fungi in the Amazonian bioeconomy“, organizado pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e pela Manchester Metropolitan University (MMU), por meio do programa Amazônia+10, financiado pelo British Council. Gustavo foi um dos 30 pesquisadores selecionados, no Brasil e na Inglaterra, para o encontro realizado em maio, em São Luís. O workshop reuniu jovens pesquisadores de diversas áreas para troca de conhecimento e debates sobre como os fungos podem colaborar para o desenvolvimento sustentável da economia da Amazônia.
“Pra mim foi uma experiência incrível, dessas que marcam um antes e um depois na vida. Me senti muito honrado por estar presente e, como pesquisador, ainda começando minha carreira, foi muito bom no sentido de dar valor às pesquisas que a gente faz aqui na universidade. Pude ver como são importantes e como a gente pode realmente ajudar.” Durante o evento, o grupo ouviu palestras de mentores convidados, apresentou seus próprios trabalhos, desfrutou de várias oportunidades de debate e de vivências práticas, como a visita à floresta para observação e coleta de fungos. “A troca foi excelente porque éramos um grupo muito diverso. Tinha pessoas da parte de taxonomia de fungos, cogumelos comestíveis, micoturismo, genética, biotecnologia e a parte mais agrícola, como era o meu caso.”
Os 30 pesquisadores selecionados receberam uma bolsa para cobrir gastos com alimentação, transporte e estadia em São Luís. Agora, passado o encontro, eles seguem desenvolvendo as conexões iniciadas no workshop e trabalham em um artigo que será publicado em breve. “Essa conexão entre pesquisadores era outro objetivo do evento, para que continuássemos fazendo pesquisas que possam ajudar na preservação e na bioeconomia da Amazônia. Além disso, através dessa rede de conexões, a gente pode ficar sabendo de novas oportunidades de financiamento para impulsionar nossas pesquisas.
Durante o workshop, Gustavo apresentou o trabalho realizado no Laboratório de Ecologia Microbiana, coordenado pelo professor Maurício Dutra Costa. “Nós trabalhamos com fungos promotores de crescimento, buscando alternativas para que eles possam ser utilizados para uma agricultura sustentável.” A tese que Gustavo desenvolve, em particular, aborda fungos solubilizadores de fosfato, que podem ser utilizados como biofertilizantes. “São fungos que transformam formas de fósforo que as plantas não conseguem utilizar em formas utilizáveis pelas culturas. É algo de grande interesse para a agricultura, porque potencializa o crescimento saudável das plantas.”
Graduado em engenharia agronômica no Chile, seu país de origem, Gustavo chegou ao Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola em 2018, para cursar o mestrado. Sua vinda foi possibilitada por um programa da Organização dos Estados Americanos (OEA), que financiou os estudos de jovens de toda a América no Brasil. “Só que me apaixonei por Viçosa, pela universidade e pelo nosso PPG e decidi ficar no doutorado. Fiz a seleção como todos os demais e consegui minha vaga.” Na reta final do doutorado, Gustavo torce para que novas oportunidades lhe permitam estender a estada no Brasil.
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