A equipe do Laboratório de Virologia, coordenado pela professora Poliane Alfenas Zerbini, esteve em Foz do Iguaçu na primeira semana de outubro

Um grupo de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola (PPGMBA) vinculados ao Laboratório de Virologia esteve entre os dias 2 e 5 de outubro em Foz do Iguaçu, no 35º Congresso Brasileiro de Virologia. A professora Poliane Alfenas Zerbini apresentou a palestra “Transforming foes into friends: the role of a Tubulavirus in converting a pathogenic bacteria into commensal-like organisms”, enquanto o pós-doc Rafael Rezende e o doutorando Yam Sousa Santos fizeram apresentações orais de seus trabalhos. Os estudantes Cauê de Oliveira e Hilana Rocha também levaram suas pesquisas, apresentadas por meio de banners. 

“Este é um evento do qual participamos já há vários anos, e a receptividade ao nosso trabalho é gigante. Como nós trabalhamos com um grupo de vírus muito pouco explorado, todos ficam ansiosos para ver os resultados do nosso laboratório. A cada congresso a gente vai levando uma parte das nossas pesquisas, e o pessoal vai acompanhando com muito entusiasmo”, diz Rafael, que é também membro junior da diretoria executiva da Sociedade Brasileira de Virologia e esteve envolvido na organização do congresso. 

O trabalho de Rafael – “Inovirus alters the extracellular vesicle production profile of Ralstonia pseudosolanacearum, affecting the plant immune response” – é assinado também pelos pesquisadores Phedra Gusmão da Silva de Oliveira, Giarlã Silva e Poliane Alfenas-Zerbini. “Neste trabalho, descrevemos a interação de um vírus que infecta a bactéria, mas não gera a morte dela, apenas torna essa bactéria, que é fitopatogênica, em uma bactéria não patogênica”, conta Rafael. “Estamos então explorando o uso desse vírus como mecanismo de controle biológico.” 

Este é o segundo trabalho de Rafael relacionado a esse tema selecionado para uma edição do Congresso de Virologia. “Esse ano exploramos uma característica que a gente está vendo que sofre alteração pelo vírus, que é a produção de vesículas que a bactéria usa para atacar a planta. Estamos vendo uma redução da produção de vesícula e uma alteração da composição dessas vesículas, e é sobre isso que falamos no congresso.”

Já Yam apresentou em Foz do Iguaçu parte da pesquisa que vem desenvolvendo para sua tese de doutorado. O trabalho “Diversity of viruses and viroid-like agents infecting Sclerotinia sclerotiorum isolates from Brazil”, de autoria dele e de Cauê Oliveira, Bianca Gomes, Rafael Rezende e Poliane Alfenas Zerbini explora vírus que tenham potencial para infectar um fungo que tem forte ação patogênica. Durante esse processo, Yam encontrou uma grande variedade de vírus RNA e também de viroides, o que deve render o que os pesquisadores acreditam ser o segundo relato da presença deste tipo de organismo associado a fungos. 

“A oportunidade de levar este trabalho ao congresso foi desafiadora, engrandecedora, e muito interessante. Além do exercício de superação, porque eu tinha que falar em inglês, ainda tive a oportunidade de conversar com outros pesquisadores, o que potencializa o trabalho e gera novas ideias”, diz Yam, que fez a apresentação oral no evento pela primeira vez.