Dois cursos oferecidos por estudantes do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola fizeram parte da programação do Simpósio de Integração Acadêmica (SIA) 2025, promovido pela UFV. A equipe coordenada pela professora Marliane de Cássia Silva, do Laboratório de Associações Micorrízicas, ministrou o curso “Produção e processamento de cogumelos Hiratake”, já consagrado ao longo de anos, e o novo “Conexões subterrâneas: o mundo secreto dos fungos micorrízicos arbusculares”, elaborado recentemente para potencializar a distribuição de conhecimento sobre as micorrizas.
“O SIA é um espaço riquíssimo de troca de conhecimento. Participar significa divulgar a pesquisa que fazemos dentro da universidade e mostrar como ela pode gerar impacto real fora dela — especialmente no contexto da agricultura sustentável e da preservação ambiental”, avalia a mestranda Vanessa Lopes de Freitas, uma das responsáveis pelo curso de micorrizas. “Além disso, é uma oportunidade de formação pessoal e profissional, porque precisamos aprender a comunicar ciência de forma acessível e interessante: é um verdadeiro treinamento de oratória.”
O curso de cogumelos oferecido pela equipe do laboratório é sucesso já há muitos anos, com sucessivas edições na Semana do Fazendeiro e em outros eventos organizados pela UFV. Levá-lo ao SIA foi uma oportunidade de oferecê-lo também aos estudantes, já que a maior parte das vagas da Semana do Fazendeiro costuma ser reservadas aos produtores rurais. “O curso é dividido em duas partes: uma teórica, com enfoque nos aspectos biológicos, nutricionais e econômicos dos fungos, e outra prática, na qual os participantes acompanharam etapas do processo produtivo — desde o preparo do substrato utilizando bagaço de cana até a inoculação e empacotamento do material, finalizando com uma degustação de cogumelos produzidos previamente. A receptividade é sempre muito boa”, conta a estudante Ester de Paula Amaral, que ministrou o curso ao lado de outros colegas do laboratório.
Já o curso de micorrizas é inédito, elaborado com a intenção de oferecer conhecimento a estudiosos das micorrizas e produtores rurais.”Os fungos micorrízicos são extremamente importantes. Eles se associam com as raizes das plantas e a auxiliam na obtenção de água e nutrientes, resistência ao estresse ambientais e a patôgenos. Auxiliam também no melhor aproveitamento dos nutrientes podendo até reduzir a adubação química, o que é fundamental hoje em dia“, explica Marliane. O curso tem uma primeira parte teórica, abordando história e morfologia dos fungos, taxonomia, ciclo de vida, mecanismos de sinalização e troca de nutrientes e o papel delas na sustentabilidade agrícola, e uma parte prática. “Nessa etapa abordamos a coleta de solo, extração de esporos, cultivo on farm, coloração e descoloração de raízes, e avaliação da colonização micorrízica”, explica Vanessa.
Os cursos envolveram a participação de vários estudantes do laboratório, entre graduandos e pós-graduandos, que comemoram a experiência. “Foi extremamente positivo! Multiplicamos conhecimento, levamos os cursistas para colocar a mão na massa, com coleta em solo, fizemos dinâmicas muito legais que geraram grande interação e um clima amistoso de competição entre eles… A participação foi excelente e acreditamos que cumprimos com os nossos objetivos pedagógicos”, avalia Vanessa.
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