O Laboratório de Genética Molecular de Microrganismos (LGMM), onde atua o professor Mateus Santana, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola, recebeu em setembro a visita de dois doutorandos. José Roberto Amorim veio da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), onde trabalha na prospecção de microrganismos de solo a serem utilizados na promoção de crescimento de vegetais, para aprender e aprimorar técnicas de isolamento. Já Douglas Aziz, do Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (INPA), tinha como meta conhecer o dia a dia do laboratório e as técnicas empregadas em Viçosa para enriquecer a etapa inicial do doutorado e direcionar sua pesquisa, no PPG em Ciências de Florestas Tropicais.
Essa é a segunda vez que José Roberto visita Viçosa. Desta vez, ele ficou por duas semanas, aproveitando o conhecimento da equipe e a estrutura do laboratório para fazer o isolamento de material que ele mesmo colheu em Itapetinga e em Vitória da Conquista, ambas cidades baianas. “Eu me inscrevi para o doutorado com um projeto de fixação biológica de nitrogênio. A ideia é utilizar bactérias para fixar nitrogênio em vegetais. Mas a estrutura de nosso laboratório não permite certos procedimentos e, como meu professor orientador, Fábio Andrade, já conhecia o professor Mateus, ele me sugeriu que fosse à Viçosa.”
Roberto retornou à Bahia com o material pronto para a inoculação da Palma Forrageira, foco de seu trabalho. Nos testes de bancada, feitos em Viçosa, o doutorando identificou microrganismos promissores para atuação na promoção do crescimento da planta e já iniciou, na UESB, a etapa de testes em solo. “Como meu projeto depende dos microrganismos, esse intercâmbio é fundamental. Eu precisava do conhecimento técnico do professor Mateus e de toda a sua equipe para me auxiliar. Vou fazer incrementos no meu projeto que não estavam previstos por sugestão da equipe de Viçosa, que foi muito atenciosa! Voltei recheado de informações que vão me ajudar muito.”
Doutorando do INPA, Douglas não conhecia Roberto, mas aproveitou o trabalho do colega para tomar contato direto com as técnicas de isolamento que ele pretende usar nas pesquisas que vai realizar no Amazonas. “Eu trabalho numa linha de plantio de árvores, principalmente na recuperação de florestas degradadas. Meu mestrado foi sobre a produção de mudas de árvores nativas, usando uma nanopartícula de desempenho muito interessante. Agora, no doutorado, quero incluir microrganismos na pesquisa, e é aí que veio o interesse pelo laboratório do professor Mateus.”
Nas duas semanas que passou no laboratório, Douglas teve contato não só com o professor, mas também com toda a equipe, que se organizou para acompanhar e facilitar o trabalho dos visitantes. “Fui ver os protocolos, a rotina, fazer um mergulho ali, em contato com as pessoas que lidam com isso diariamente. A visita foi totalmente alinhada com o objetivo que eu tinha. Houve uma troca muito boa, eles nos ajudaram a preparar as atividades, explicando as experiências deles, o que é muito valioso.” Douglas pretente realizar em boa parte de seus experimentos no INPA, mas já adianta que vai recorrer mais vezes aos colegas de Viçosa. “Eles já conhecem essas práticas e estão melhorando os protocolos, avançando, identificando erros. Vou precisar deles até para validar os meus dados, para trocar ideia, não só com o pessoal da Microbiologia, mas com a Fisiologia também.”
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