Romário, à direita, recebendo o prêmio em Londrina

O doutorando Romário da Silva Santana foi premiado durante o V Congresso Paranaense de Microbiologia, realizado entre os dias 12 e 15 de agosto, em Londrina. O trabalho “Mecanismos de promoção do crescimento vegetal de isolados do fungo ectomicorrízico Pisolithus microcarpus”, parte da tese que ele está desenvolvendo no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola (PPGMBA), recebeu o segundo lugar na categoria geral. Romário executa sua pesquisa sob orientação do professor Maurício Dutra Costa, no Laboratório de Ecologia Microbiana. Além dele, também estiveram no evento o egresso do PPGMBA Osiel Silva Gonçalves, que é Professor Adjunto na área de Microbiologia na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), e a professora Poliane Alfenas Zerbini, palestrante convidada para abrir o evento. 

O trabalho premiado no congresso traz resultados que evidenciam o potencial do fungo Pisolithus microcarpus para ser usado como promotor do crescimento de eucalipto. Esse fungo é capaz de expressar atividades benéficas às plantas in vitro, indo além da simples melhoria da nutrição mineral. “Existem trabalhos relacionados à capacidade de Pisolithus microcarpus de aumentar a absorção de nutrientes do eucalipto, mas poucos exploram outros papéis do fungo na promoção do crescimento da planta hospedeira. Acredito que esse ineditismo tenha chamado a atenção”, conta Romário. O trabalho, inscrito sob a forma de pôster e selecionado para apresentação oral, compila dados parciais para caracterização dos mecanismos de promoção do crescimento que o fungo pode expressar quando está associado à planta. “De 28 isolados, eu selecionei 3 e busquei caracterizá-los quanto à produção de fitormônios e sideróforos, à solubilização de fosfatos, dentre outros. Acredito que esses resultados poderão nos ajudar a definir novas estratégias para a seleção de isolados mais eficientes em promover o crescimento do eucalipto.”

A expectativa de Romário é que os dados possam fortalecer o uso de Pisolithus microcarpus como alternativa para o aumento da produtividade de eucalipto e, também, para a redução do uso de fertilizantes e defensivos químicos. “Esse é um ponto importante hoje em dia, e nossos dados são muito promissores neste sentido. Eu não esperava por esse reconhecimento, mas é um incentivo enorme para continuar produzindo. Fico muito feliz por ter tido espaço para mostrar o trabalho que estamos desenvolvendo.”

Palestra de abertura
A abertura do evento foi feita pela professora do PPGMBA Poliane Alfenas Zerbini, que apresentou a palestra “Do conflito à cooperação: vírus e as dinâmicas de co-evolução em sistemas microbianos”. “Foi uma oportunidade de mostrar como os vírus desempenham papéis essenciais moldando interações microbianas e influenciam diretamente a ecologia e a evolução dos ecossistemas”, conta Poliane, destacando também a importância do espaço para estimular o diálogo científico e fomentar novas parcerias de pesquisa.

O evento contou ainda com a presença da cientista brasileira Mariangela Hungria, pesquisadora da Embrapa Soja e membro titular da e integrante da diretoria da Academia Brasileira de Ciências. Mariangela já recebeu o Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize), reconhecido como o “Nobel” da agricultura.